À ortodoxia do futebol prático e eficiente praticado pela Sérvia, contrapôs Portugal com a catolicidade de um futebol beato e conservador.
O beato Fernando Santos, bem ungido de orações e preces, acendeu uma vela ao Senhor dos Aflitos, que com a agenda totalmente preenchida para questões políticas não foi a tempo de o ajudar e agora o nosso engenheiro, triste e cabisbaixo, vai encontrar algum conforto num retiro para meditação no convento das Carmelitas.
Quando se conta com o ovo no cu da galinha é sempre o que acontece, quando se sabe que esta galinha que Fernando Santos comprou em saldos na quermesse da Federação não era poedeira e tinha tendências lésbicas e nem sequer sabia esgravatar.
O que aconteceu ontem à selecção não foi azar, foi premonição, pois com aquelas três figuras sinistras presentes na tribuna, D. Marcelo, D. António Costa e D. Fernando Gomes, só podia dar mesmo galo.
Durante o jogo, o beato Santos ainda andou à procura do terço que costuma trazer na algibeira mas, para mal dos seus pecados, esqueceu-se dele no balneário, no bolso do roupão que usa preferencialmente nos estágios.
E a culpa, vai-se a ver, é do Benfica, que anda zangado com Deus, que por intermédio de Jesus, o seu filho, fez ultimatos e lançou pragas e maldições sobre o estádio, ou então foi do frango, que não tendo sido muito patriótico, foi até muito patrício.
Mas deixemo-nos de hipocrisias balofas, pois esta derrota que abortou o apuramento directo para o Mundial assenta que nem uma máscara nas fuças da Federação e dos seus compinchas, que a esta hora devem andar todos doidos num reboliço a Catar as mágoas e as preocupações.
Mas calma, que no pay-off que aí vem para disputar, Portugal é cabeça de burro, perdão, cabeça de série, que bem vistas as coisas, é a mesma coisa, e depois há que sempre contar com as proezas do filho da Dona Dolores ou até mesmo com os predicados do naturalizado à pressa Otávio, a pedido de várias famílias falidas do norte.
Não sendo já Portugal um país de descoberta de talentos mas mais de tráfico de diamantes, o futuro das manigâncias está absolutamente garantido, quer-se dizer, corrompido, pois nessa arte de driblar somos os maiores.
A conclusão a que chegamos, é que Portugal está em crise política e desportiva, e a deixar entrar refugiados somos ainda melhores que o Rui a deixar entrar frangos, porque depois refugiamo-nos sempre na mesma cantilena de desculpas esfarrapadas. Mas como muita fé e calculadora ainda lá vamos… Acreditem!
Nobre povo? Nação valente? Uma ova! Portugal e os portugueses têm aquilo que merecem…
José Reis

(desporto.sapo.pt)