Um homem desesperado é tão perigoso e imprevisível como o somatório das causas que o conduziram ao desespero.
LFV é hoje, claramente, um presidente em estado de exasperação e esta fuga para a frente, do tudo ou nada, é o primeiro sinal do declínio de quem pressente que o seu tempo está esgotado e terminado e tem que fazer alguma coisa (possivelmente a derradeira) para salvar a pele e um possível “linchamento” nas urnas.
Este semear permanente de ventos para que outros lhe recolham as tempestades, foi sempre a estratégia cobardemente usada por LFV para, de certa forma, o ilibar e eximir das suas responsabilidades, forjando vítimas e bodes expiatórios para que a assumpção das derrotas e dos fracassos nunca o atingissem.
Se na verdade queremos ser sérios, então temos que assumir a dianteira da culpa, para que não nos desculpemos de que ela morre solteira ou, por saturação, já na condição de viúva.
LFV sabe que tem de agir rapidamente para apagar da memória dos Benfiquistas descontentes o trauma de mais um campeonato miseravelmente perdido, e ir a votos sob o efeito desta ressaca é o pior que podia ter acontecido a um presidente que está na mó de baixo e que procura agora atenuantes válidas para justificarem a sua reeleição, ainda para mais, quando o desígnio da sua acção se tem cingido ultimamente ao fascínio do betão e à obsessão dos negócios, em detrimento e abandono da componente desportiva.
Para acalmar as hostes desavindas e o rebuliço efervescente da contestação, LFV recorre sistematicamente à sua única tábua de salvação, inicialmente sob a forma de intenção, que deixa a pairar por aí, depois como desejo assumido e, finalmente, como um plano de concretização, materializado aliás, na já habitual congeminada traição de faca nas costas, de que já fora alvo Rui Vitória e agora Bruno Lage, e que consiste nesta tentativa de rapto de Jorge Jesus do “ninho do urubu” e trazê-lo de volta ao Benfica, mesmo que ele reúna poucos consensos e aglutine muitas animosidades.
Estes ziguezagueares e indecisões constantes mostram que LFV não tem uma ideia para o Benfica, e que nesta deriva de improvisação e amadorismo, convém saber se somos o projecto dos 10 anos à frente ou a hegemonia dos 8 pontos atrás, e que agora apenas se resuma à apresentação de um treinador como trunfo eleitoral, ainda que isso signifique novas incoerências e contradições, nada que uns bons fliques-flaques à rectaguarda e meias piruetas não resolvam.
O Benfica vai servir de chão para uma luta entre dois egos , é isso que pode vir a acontecer se o clube for novamente o escolhido para lhes vir a apaparicar o jogo e a servir de cobaia a interesses meramente individualistas.
A alegada hegemonia do Benfica no futebol, tantas vezes anunciada de megafone por LFV, afinal não passa de um logro e de uma fraude que, assim de repente e por comparação, faz-me lembrar o famigerado “milagre português” anunciado com manifesto exagero de chauvinismo, por Marcelo Rebelo de Sousa, no início desta pandemia.
Mal eles sabiam, Marcelo e LFV, quiçá até por descuido e desatenção dos respectivos conselheiros, que a realidade de uma afirmação nunca é estática, sobretudo quando é dita de forma ligeira e leviana, sem qualquer base de sustentabilidade, e o que parecia um milagre virtuoso, transformou-se hoje num pesadelo de contágio, assim como o que se percepcionava como uma hegemonia arrasadora, afinal mais não é que uma bazófia insuflada de sobranceria de uma estrutura aburguesada que nos tem empurrado para um beco de frustrações e desilusões.
E se no país os governantes foram os porta-vozes do laxismo e da inépcia do Estado, também LFV foi o promotor oficial da displicência e desleixo que tomaram conta do clube, sendo lógico que esta desídia e relaxamento deitados à sombra da bananeira, como num e noutro caso, só nos poderia levar a tão nefastos resultados e a tão tristes consequências.
Amo-te, Benfica!
José Reis
LFV é hoje, claramente, um presidente em estado de exasperação e esta fuga para a frente, do tudo ou nada, é o primeiro sinal do declínio de quem pressente que o seu tempo está esgotado e terminado e tem que fazer alguma coisa (possivelmente a derradeira) para salvar a pele e um possível “linchamento” nas urnas.
Este semear permanente de ventos para que outros lhe recolham as tempestades, foi sempre a estratégia cobardemente usada por LFV para, de certa forma, o ilibar e eximir das suas responsabilidades, forjando vítimas e bodes expiatórios para que a assumpção das derrotas e dos fracassos nunca o atingissem.
Se na verdade queremos ser sérios, então temos que assumir a dianteira da culpa, para que não nos desculpemos de que ela morre solteira ou, por saturação, já na condição de viúva.
LFV sabe que tem de agir rapidamente para apagar da memória dos Benfiquistas descontentes o trauma de mais um campeonato miseravelmente perdido, e ir a votos sob o efeito desta ressaca é o pior que podia ter acontecido a um presidente que está na mó de baixo e que procura agora atenuantes válidas para justificarem a sua reeleição, ainda para mais, quando o desígnio da sua acção se tem cingido ultimamente ao fascínio do betão e à obsessão dos negócios, em detrimento e abandono da componente desportiva.
Para acalmar as hostes desavindas e o rebuliço efervescente da contestação, LFV recorre sistematicamente à sua única tábua de salvação, inicialmente sob a forma de intenção, que deixa a pairar por aí, depois como desejo assumido e, finalmente, como um plano de concretização, materializado aliás, na já habitual congeminada traição de faca nas costas, de que já fora alvo Rui Vitória e agora Bruno Lage, e que consiste nesta tentativa de rapto de Jorge Jesus do “ninho do urubu” e trazê-lo de volta ao Benfica, mesmo que ele reúna poucos consensos e aglutine muitas animosidades.
Estes ziguezagueares e indecisões constantes mostram que LFV não tem uma ideia para o Benfica, e que nesta deriva de improvisação e amadorismo, convém saber se somos o projecto dos 10 anos à frente ou a hegemonia dos 8 pontos atrás, e que agora apenas se resuma à apresentação de um treinador como trunfo eleitoral, ainda que isso signifique novas incoerências e contradições, nada que uns bons fliques-flaques à rectaguarda e meias piruetas não resolvam.
O Benfica vai servir de chão para uma luta entre dois egos , é isso que pode vir a acontecer se o clube for novamente o escolhido para lhes vir a apaparicar o jogo e a servir de cobaia a interesses meramente individualistas.
A alegada hegemonia do Benfica no futebol, tantas vezes anunciada de megafone por LFV, afinal não passa de um logro e de uma fraude que, assim de repente e por comparação, faz-me lembrar o famigerado “milagre português” anunciado com manifesto exagero de chauvinismo, por Marcelo Rebelo de Sousa, no início desta pandemia.
Mal eles sabiam, Marcelo e LFV, quiçá até por descuido e desatenção dos respectivos conselheiros, que a realidade de uma afirmação nunca é estática, sobretudo quando é dita de forma ligeira e leviana, sem qualquer base de sustentabilidade, e o que parecia um milagre virtuoso, transformou-se hoje num pesadelo de contágio, assim como o que se percepcionava como uma hegemonia arrasadora, afinal mais não é que uma bazófia insuflada de sobranceria de uma estrutura aburguesada que nos tem empurrado para um beco de frustrações e desilusões.
E se no país os governantes foram os porta-vozes do laxismo e da inépcia do Estado, também LFV foi o promotor oficial da displicência e desleixo que tomaram conta do clube, sendo lógico que esta desídia e relaxamento deitados à sombra da bananeira, como num e noutro caso, só nos poderia levar a tão nefastos resultados e a tão tristes consequências.
Amo-te, Benfica!
José Reis