(Foto Record)
Neste maldito e tenebroso ajuntamento, a que nem foi respeitado o devido distanciamento social, ainda bem que não aparece nenhum Benfiquista, porque isso seria uma desonra e uma ofensa ao nosso clube, andar misturado com os maiores mafiosos, corruptos e caloteiros que há no país, faltando apenas o presidente da Liga que se ausentou temporariamente do flash quando foi buscar ao carro o gel para o cabelo.
Assim de repente, para os mais distraídos, esta imagem até poderia sugerir e confundir muita gente, pois mais parece uma cena de presos a serem libertados por perdão parcial de penas, proposto pelo Governo, no âmbito do combate à propagação do coronavírus.
Mas pelos vistos trata-se de uma outra quadrilha, que esteve reunida em São Bento a negociar o regresso da vilanagem, perdão, do futebol, para alívio da imprensa desportiva avençada do país e da Sport TV de Joaquim Oliveira, a passarem por enormes dificuldades financeiras e a necessitarem do regresso do futebol como do pão para a boca.
Entretanto, como que a legendar a imagem, os convivas parecem perguntar a LFV se tem alguma coisa escondida na manga, ao que ele de imediato ripostou: “só se for o Pedrinho e a catrefada de milhões que dei por ele!”
E se por cá não houve a coragem que já foi assumida e tomada noutros países, de cancelar as provas sem a atribuição do título de campeão, insistindo-se na retoma das ligas nacionais (a da 2.ª liga ainda não é certa), sem quaisquer condições de logística e de verdade desportiva (Santa Clara e Marítimo, por exemplo, serão obrigados a disputar todos os jogos no continente).
Depois também não se entende lá muito bem que haja condições para se fazerem 90 jogos à porta fechada, com a promessa de total segurança para o fazer, e que a final da taça de Portugal, um só jogo, tivesse já sido cancelada com o argumento de falta dela.
É muito estranho!
Como já defendi aqui, e perante um cenário de pandemia mundial que nos afecta a todos de sobremaneira, o futebol não tem condições para voltar a ser jogado nos tempos mais próximos, e deixemo-nos de tretas e de artifícios bacocos, porque tanto o que a UEFA e a FIFA defendem, como por cá a Liga e a Federação, é a indústria do futebol dos seus umbigos e ambições, utilizando os clubes e as selecções como “partners” de um negócio de interesses e influências, ainda para mais, quando são dirigidos por presidentes agiotas sem escrúpulos que a tudo se prestam para levar por diante a água aos seus moinhos particulares, distorcendo e inflaccionando cada vez mais o futebol, que atingiu hoje patamares de ostentação escandalosos, que até a simpática atribuição do próximo mundial ao Qatar não deslustra nem belisca minimamente.
Por isso não tenham pena que esta indústria do futebol, como eles lhe querem pomposamente chamar, fique um ou dois anos parada, porque os protagonistas que a sustentam e movimentam, jogadores, empresários e dirigentes, não morrerão à fome nem à míngua, como certamente por ironia agora se diz, e em último recurso ou numa situação de mais aperto, sempre podem recorrer às contas offshore, cujo reserva, ainda deve chegar para pagar uma boa dose de lagosta e caviar, regadas por uma distinta colheita de Dom Pérignon.
Desgraçados estão os clubes e os adeptos, os países e os povos, que entre salvarem-se entre uma pandemia que mata e a uma economia que sufoca, só têm como condição alternativa continuarem a ser pobres.
Amo-te, Benfica! José Reis