Se o João Félix tivesse jogado pela Suíça, ao lado do Seferovic, os dois tinham dado ontem um chocolate a esta pobre selecção portuguesa.
Ao conservador Fernando Santos vai-lhe valendo a inspiração e o génio de Cristiano Ronaldo, que vai disfarçando todos os equívocos e receios deste treinador que, desde que assumiu o cargo de seleccionador nacional, não consegue arranjar na sua cabeça de engenheiro um esquema táctico que permita soltar a magia e a técnica individual de alguns jogadores.
Quantas vezes o mágico Bernardo Silva, perdido em campo, olha para o banco de suplentes, e sente a nostalgia de não ser lá sentado o Pepe Guardiola?
Podem-me contestar dizendo que foi com este treinador conservador que Portugal foi campeão europeu pela primeira vez.
Correcto, mas também ninguém pode negar que o conseguiu sem saber ler nem escrever, com exibições paupérrimas e arrastadas, e que tal feito nem daqui a 50 anos se voltará a repetir.
Na vida haverá sempre pelo menos um dia de sorte e achar que isso é ter sorte na vida, usando e abusando dos seus favores como garantia segura, é um risco perigoso e pouco aconselhável, porque aquele inimaginável golo do Éder, já quando Cristiano Ronaldo tinha saído por lesão, foi uma dádiva e uma conjugação tão improvável que nesse dia acabou mesmo por acontecer, onde nem faltou o crucifixo no bolso, para emprestar um pouco de fé à coisa, mas isto não é como jogar a raspadinha, e ontem verificou-se que foi nas últimas duas moedas que tivemos o prémio da final.
O azar é que a vamos disputar com os ingleses ou holandeses, que nestas coisas da bola, optam sempre pela competência e qualidade.
Namouche
(retirado do NGB)