Ontem vi o jogo em casa de um amigo e com outros amigos. Todos eles patrioteiros de primeira apanha e fãs incondicionais do filho da melhor Dolores do mundo.
Normalmente vejo os jogos de futebol na minha casa e sem som no aparelho, que não preciso que me expliquem o que é que se está a passar em campo.
Ontem, democrata que sou, sujeitei-me aos ditames da maioria que eram todos exceto eu e lá tive que levar com o relato da partida e os comentários esclarecidos dos especialistas da especialidade comentadores da TVI; primeiro exultantes, depois deprimidos, embora não muito corrosivos porque afinal estava em jogo o bom nome de Portugal, em quem o mundo tem os olhos postos.
O bom nome de Portugal e, sobretudo, os recordes do Ronaldo, que é para isso, para os recordes do Ronaldo, que a seleção joga. Só no jogo contra a Hungria bateu seis. É obra! Nem o jorge jesus nos seus tempos do Sporting.
Bom, mas isso agora não interessa nada, como usava dizer a Teresa Guilherme.
Primeiro golo de Portugal, dos quatro que marcou incluindo na própria baliza...Comentário do comentador de serviço: nem uma palavra de apreço para o extraordinário passe do Bernardo Silva, para a fabulosa receção orientada e consequente assistência do Diogo Jota. Nada, zerinho!
Já quanto à "frieza" (foi esta a expressão) do matador que empurrou o esférico 2 metros para uma baliza deserta, não sobraram elogios.
É isto que me irrita, esta dependência, este culambismo.
Na próxima 4ª feira vou ver o jogo com os mesmos amigos, mas vai ser num restaurante, em volta de um peixe ao sal. Não que o arroz de gambas, ontem, não estivesse magnífico, porque estava. Mas a televisão tinha som e ouviam-se os comentadores. Fenómeno que, no restaurante, não é muito provável que suceda.
A não ser que o robalo se arme em parvo.
Escrito por; Jorge Próprio
Viseu, 20.6.2021
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