Em termos de recuperação de credibilidade e de "obras feitas", Luís Filipe
Vieira fez um bom trabalho no Benfica. Não vamos sonegá-lo.
No entanto, de alguns anos a esta parte, os erros têm vindo a acumular-se a
um nível que, na minha opinião, ofuscam tudo o que de bom foi feito no
passado.
Para mim, tudo começou com a tentativa (bem sucedida) de calar José Eduardo
Moniz e Fernando Tavares, "pagando" o frete com os cargos de
vice-presidentes.
Este foi o primeiro sinal de que começava a sentir que
ele era o Benfica e o Benfica era ele.
Reconhecendo que "de futebol não percebia nada" e que decisões da maior
importância eram tomadas em face de "uma luz durante a noite", a
contratação de Rui Costa parecia ser o caminho para o sucesso.
Para além de
alguns fogachos interessantes (contratações cirúrgicas e valiosas), ninguém
sabe muito bem qual a importância do papel que o "Maestro" teve, até ao
recente "reaparecimento".
Parece-me óbvio que depois da saída de Jorge
Jesus, o desinvestimento na equipa (não só em termos económicos, mas
sobretudo na qualidade das contratações) revelou-se um desastre, permitindo
que os adversários recuperassem do "atraso de 10 anos", como o próprio
referiu.
São os êxitos e os insucessos desportivos da equipa de futebol profissional
que mais saltam à vista e que mexem com o estado de espírito dos sócios e
adeptos.
Pessoalmente, sempre entendi que, não jogando sozinhos, não
podemos ganhar sempre e existe sempre algum mérito dos outros.
O que não consigo entender nem aceitar é o arrastar o nome do Benfica na
lama.
As "manobras" mais recentes são indesculpáveis.
O meu clube não pode ser um
antro de compadrios, "esquemas" e oportunismos.
As "explicações" para os méritos da vergonhosa OPA são insultuosos para a
inteligência dos sócios.
O total desprezo pelas modalidades é confrangedor, nem se dando ao trabalho
de "aparecer" em alguns jogos.
Nos últimos anos, a falta de transparência nas dúzias de transferências que
têm sido realizadas são de bradar aos céus!
A instrumentalização dos canais
de comunicação do clube são uma ode ao ridículo da actual liderança,
impedindo a possibilidade do contraditório.
O incrível avolumar de processos judiciais é assustador (já sei que não
houve condenações, mas no Apito Dourado também não houve, apesar de todos
conhecermos o lamaçal).
O desrespeito pelos associados, ignorando chumbos de orçamentos e que
quando um sócio faça perguntas indesejáveis numa Assembleia Geral fique
sujeito a que lhe apertem o pescoço!
Lamentavelmente, este não é o meu Benfica!
Fernando Fonseca
0 comentários
Enviar um comentário