Qualquer equipa de futebol vive em função das duplas criadas e daquilo que elas possam ou não fazer em termos de dinâmicas e entendimentos em prol do grupo e, como é óbvio, a equipa do Benfica não pode fugir a esta regra elementar e fundamental nos processos de acção e desempenho do jogo que preenchem hoje as premissas e os automatismos do futebol moderno.
E como sabemos que Jorge Jesus é pródigo a inventar, mais uma vez não fugiu à tentação de complicar o que parecia simples, ao colocar uma dupla atacante em Salónica, que claramente não funcionou e com os resultados e consequências que todos lamentamos, sobretudo para os cofres do clube, que ficaram a ver voar muitos milhões de euros, por este afastamento precoce da liga dos campeões.
Ao colocar Pizzi no apoio a Seferovic não lembraria mesmo ao diabo e foi como se o Benfica tivesse jogado sem avançados, tal foi a ineficácia dos dois.
O corredor direito, preenchido por André Almeida e Pedrinho, foi ineficaz a atacar e a defender, o mesmo se pode dizer do corredor esquerdo, onde mais uma vez sobressaiu a dificuldade de Grimaldo lá atrás quando apanhado no um contra um.
A dupla do meio campo vai ser sempre o calcanhar de Aquiles de Jorge Jesus.
Weigl é um seis demasiado oito e Taarabt é um oito demasiado seis.
Os dois nem são uma coisa nem outra.
É necessário arranjar alternativas e soluções.
E sabendo que errou no onze titular apresentado em Salónica, Jorge Jesus teve que proceder a alterações no jogo em Famalicão.
E não foram assim tão poucas quanto isso, o que mostra bem os equívocos que cometeu no jogo da Grécia.
Weigl cedeu o lugar a Gabriel, Pedrinho foi rendido por Rafa, Pizzi encostou para entrar Waldschmidt (e em boa hora o fez como o provam a excelente exibição e os 2 golos), e Seferovic foi preterido por Darwin Nuñez (também ele a justificar mais o lugar com duas oportunas assistências para golo e movimentações interessantes, apesar de não ter facturado.
Resumindo e concluindo: o Benfica, apesar de já ter esbanjado para cima de 80 milhões de euros em contratações, ainda tem lacunas e carências profundas no plantel por preencher.
Desde logo o lado esquerdo da defesa.
Grimaldo defende mal e é sempre o alvo preferido das equipas adversárias quando atacam.
Ou Nuno Tavares rapidamente ganha o lugar ou então é urgente e necessário um defesa esquerdo.
É preciso um terceiro defesa central de valor e não um remediado. Deixem estar o Rúben Semedo lá na Grécia…
Não temos um 6 nem um 8 de qualidade.
Weigl demora a impor-se e Taarabt, apesar de todo o esforço e generosidade com que se entrega, é muito curto para as necessidades da equipa.
O treinador tem que ensinar ao marroquino que as bolas não se dominam com a sola das botas levantadas. Isto não é futsal…
E se o Benfica precisa de um 6 e de um avançado, então seria bom que Jorge Jesus olhasse com olhos de ver para o que Ronaldo Camará e Gonçalo Ramos fazem e jogam.
E a propósito de duplas que não funcionam e que até foram dispensadas, como é o caso de António Costa/Fernando Medina, outras existem que deviam levar igual caminho: Paulo Gonçalves/Jorge Mendes, Pedro Guerra/Carlos Janela, Pedro Mil-Homens/Luís Bernardo e, já agora, LFV/DSO.
O que está a fazer um mental coach no Benfica? Ensinar os jogadores a coachar (coaxar) como os sapos e as rãs?
Tenham juízo e poupem dinheiro!
Amo-te, Benfica!
José Reis
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