Se algum mérito há neste regresso de Jorge Jesus ao Benfica, foi o de ter desmistificado, em poucos dias, a inoperância de uma estrutura caduca e aburguesada e a falência de um projecto que se afastou sempre das pretensões e aspirações do clube e das expectativas dos adeptos, em favor de interesses e estratégias negociais, que por vontade e opção de LFV se foram implementando como uma inevitabilidade assumida e aceite.
Depois do fracasso desportivo que ensombrou a época que agora finda, a cura de todos os males que afectam o Benfica não se podem unicamente cingir a uma eventual revolução no plantel, há que haver coragem para ir muito para além disso, e já no próximo mês de Outubro é vital que se deia o primeiro passo na direcção da mudança que também é urgente fazer-se no clube.
A Jorge Jesus compete, por agora, a responsabilidade de protagonizar a primeira, enquanto que aos sócios cabe o compromisso inadiável de fazer acontecer a segunda.
Só neste cenário e com esta envolvência de todos, quiçá, seja então possível unir a enorme nação Benfiquista.
Jorge Jesus foi apresentado (ou reapresentado) no Benfica Campus, tendo como pano de fundo todo o espólio de troféus ganhos e conquistados pelo amadorense na sua primeira passagem pelo Benfica, a que nem faltaram as duas taças da Europa League em cartão, perdidas em finais (quem teria sido o ideólogo de tão estapafúrdia lembrança?), que certamente também desejaria ter trazido, não em forma dissimulada mas real, para o museu Cosme Damião, num final de tarde entre alguns convivas e convidados, que a exemplo do que aconteceu na pós-revolução de Abril, naquela altura, se o cravo vermelho ao peito a muitos ficava bem, pelos vistos também agora, a gravata vermelha ao pescoço a alguns fica bem, sobretudo dá jeito (e que jeito…), a certos filhos da mãe, que ainda hoje estão convencidos que lá por usarem e mostrarem tão distinto acessório, fará deles uns Benfiquistas exemplares dos sete costados, que na verdade não o são e nunca o irão ser.
Os pindéricos discursos de boas-vindas, dirigidos de improviso por LFV e Rui Costa ao treinador Jorge Jesus, foram mais rápidos que o Usain Bolt a correr os 100 metros, o que mostra bem o embaraço e incómodo dos dois, que não tinham muito para debitar, sobretudo o presidente, depois de tudo o que disse e teve que engolir, de todas as incoerências e contradições que teve de ultrapassar, para que se tornasse possível este momento patriótico de salvação nacional.
Este intencional apagamento de LFV na cerimónia de apresentação, obedece a uma clara estratégia de retirada temporária, aconselhado por alguém a remeter-se a uma espécie de retiro sabático até às eleições, deixando as chaves e os holofotes do clube por conta de Jorge Jesus, que a partir de agora passará a ser na prática o timoneiro do Benfica.
E a questão fundamental que agora se coloca é saber-se que Jesus vamos ter neste regresso ao Benfica.
O do Antigo ou Novo Testamento?
O do eu com um ego do tamanho do mundo ou o do nós humilde à dimensão de uma equipa?
O que afirmou peremptoriamente que Bernardo Silva tinha que nascer 10 vezes para jogar na equipa principal do Benfica ou o que reconhece hoje que João Félix, oriundo da formação, é um talento enorme?
Todos sabemos que Jorge Jesus gosta de escolher os jogadores que quer e não aqueles que lhe dão. E é talvez esta sua imposição ou teimosia, no bom sentido, que lhe tem dado algum sucesso e o diferencia de outros treinadores de regime que fazem o que lhe mandam fazer, como foram os casos recentes de Rui Vitória e Bruno Lage.
E Jorge Jesus foi lesto e implacável a passar um atestado de incompetência ao desvairado gabinete de scouting do Benfica, que mesmo sabendo que já havia Pedrinho, não deixou de ir buscar Everton Cebolinha, e segundo parece até pelos mesmos valores, só que enquanto um é um brinca-na-areia por quem se deram 20 milhões de euros sem pestanejar, o outro é um craque feito, já titular da selecção do Brasil.
Então questiona-se: por que razão se encantaram pelo franzino Pedrinho e nem sequer repararam no Cebolinha, um dos melhores jogadores a actuar no Brasil?
Que outros interesses haverá, que nos escapam, nas contratações de jogadores pelo Benfica a não ser o factor da qualidade?
E este é apenas um dos muitos exemplos que ocorrem sistematicamente no clube.
É natural e compreensível que Jorge Jesus já esteja de pé atrás em relação a este inócuo gabinete de scouting, que sendo composto por 7 pessoas, mais parece um bicho-de-sete-cabeças, tais são os disparates e más escolhas que se congeminam por ali, a cada tiro, cada melro, não acertam uma, pois quem faz desembarcar no aeroporto de Lisboa flops como Castillo, Ferreyra, Lema, Conti, Caio Lucas, RDT ou Dyego Sousa (ainda que por empréstimo), só para referir os casos mais recentes, porque o rol de asneiras é muito mais extenso, chega-se à conclusão que isto já não é uma mera questão de defeito, é uma pura apetência de inépcia e feitio, o que só prova que se o Benfica fosse mais competente na detecção de bons jogadores, talvez não se esbanjasse tanto dinheiro a adquirir cepos que andam por aí espalhados e perdidos e sobrassem ainda alguns euros para apetrechar com qualidade equipas mais fortes e competitivas do que aquelas que temos visto ultimamente a arrastarem-se no relvado do Estádio da Luz.
Depois outro factor, não menos importante e a ter em conta, é que com Jorge Jesus a mandar no futebol do Benfica, a perda de influência de Jorge Mendes nas decisões do clube vai ser notória, daí já se ter verificado, e não acontece por acaso, que o empresário 10 por cento já virou as baterias para norte, e bom proveito lhe faça, porque no Benfica, até hoje, só tem extorquido dinheiro e espalhado desgraça.
E se Jorge Jesus já teve o discernimento necessário para dizer que não se quer reformar no Benfica, é uma óptima deixa que LFV deve aproveitar para também com alguma hombridade da sua parte, não pretender perpetuar-se “ad eternum” no poder e na liderança do clube, a não ser pela força do voto, mas pelo reconhecimento prático e confessado dos seus erros e incompetências que já o não credibilizam para estar ao leme dos destinos desta grande nau.
Não permitiremos que o Benfica se transforme num part-time de interesses ou numa startup de vaidades.
O Benfica para nós, é um pacto de paixão geracional, transmitida e sentida no orgulho dos nossos pais e na memória dos nossos avós, ininterruptamente, 365 ou 366 dias por ano, de todos os anos que a vivenciarmos. Sem folgas nem feriados, mas sempre por imperativos do coração!
Amo-te, Benfica!
José Reis
Depois do fracasso desportivo que ensombrou a época que agora finda, a cura de todos os males que afectam o Benfica não se podem unicamente cingir a uma eventual revolução no plantel, há que haver coragem para ir muito para além disso, e já no próximo mês de Outubro é vital que se deia o primeiro passo na direcção da mudança que também é urgente fazer-se no clube.
A Jorge Jesus compete, por agora, a responsabilidade de protagonizar a primeira, enquanto que aos sócios cabe o compromisso inadiável de fazer acontecer a segunda.
Só neste cenário e com esta envolvência de todos, quiçá, seja então possível unir a enorme nação Benfiquista.
Jorge Jesus foi apresentado (ou reapresentado) no Benfica Campus, tendo como pano de fundo todo o espólio de troféus ganhos e conquistados pelo amadorense na sua primeira passagem pelo Benfica, a que nem faltaram as duas taças da Europa League em cartão, perdidas em finais (quem teria sido o ideólogo de tão estapafúrdia lembrança?), que certamente também desejaria ter trazido, não em forma dissimulada mas real, para o museu Cosme Damião, num final de tarde entre alguns convivas e convidados, que a exemplo do que aconteceu na pós-revolução de Abril, naquela altura, se o cravo vermelho ao peito a muitos ficava bem, pelos vistos também agora, a gravata vermelha ao pescoço a alguns fica bem, sobretudo dá jeito (e que jeito…), a certos filhos da mãe, que ainda hoje estão convencidos que lá por usarem e mostrarem tão distinto acessório, fará deles uns Benfiquistas exemplares dos sete costados, que na verdade não o são e nunca o irão ser.
Os pindéricos discursos de boas-vindas, dirigidos de improviso por LFV e Rui Costa ao treinador Jorge Jesus, foram mais rápidos que o Usain Bolt a correr os 100 metros, o que mostra bem o embaraço e incómodo dos dois, que não tinham muito para debitar, sobretudo o presidente, depois de tudo o que disse e teve que engolir, de todas as incoerências e contradições que teve de ultrapassar, para que se tornasse possível este momento patriótico de salvação nacional.
Este intencional apagamento de LFV na cerimónia de apresentação, obedece a uma clara estratégia de retirada temporária, aconselhado por alguém a remeter-se a uma espécie de retiro sabático até às eleições, deixando as chaves e os holofotes do clube por conta de Jorge Jesus, que a partir de agora passará a ser na prática o timoneiro do Benfica.
E a questão fundamental que agora se coloca é saber-se que Jesus vamos ter neste regresso ao Benfica.
O do Antigo ou Novo Testamento?
O do eu com um ego do tamanho do mundo ou o do nós humilde à dimensão de uma equipa?
O que afirmou peremptoriamente que Bernardo Silva tinha que nascer 10 vezes para jogar na equipa principal do Benfica ou o que reconhece hoje que João Félix, oriundo da formação, é um talento enorme?
Todos sabemos que Jorge Jesus gosta de escolher os jogadores que quer e não aqueles que lhe dão. E é talvez esta sua imposição ou teimosia, no bom sentido, que lhe tem dado algum sucesso e o diferencia de outros treinadores de regime que fazem o que lhe mandam fazer, como foram os casos recentes de Rui Vitória e Bruno Lage.
E Jorge Jesus foi lesto e implacável a passar um atestado de incompetência ao desvairado gabinete de scouting do Benfica, que mesmo sabendo que já havia Pedrinho, não deixou de ir buscar Everton Cebolinha, e segundo parece até pelos mesmos valores, só que enquanto um é um brinca-na-areia por quem se deram 20 milhões de euros sem pestanejar, o outro é um craque feito, já titular da selecção do Brasil.
Então questiona-se: por que razão se encantaram pelo franzino Pedrinho e nem sequer repararam no Cebolinha, um dos melhores jogadores a actuar no Brasil?
Que outros interesses haverá, que nos escapam, nas contratações de jogadores pelo Benfica a não ser o factor da qualidade?
E este é apenas um dos muitos exemplos que ocorrem sistematicamente no clube.
É natural e compreensível que Jorge Jesus já esteja de pé atrás em relação a este inócuo gabinete de scouting, que sendo composto por 7 pessoas, mais parece um bicho-de-sete-cabeças, tais são os disparates e más escolhas que se congeminam por ali, a cada tiro, cada melro, não acertam uma, pois quem faz desembarcar no aeroporto de Lisboa flops como Castillo, Ferreyra, Lema, Conti, Caio Lucas, RDT ou Dyego Sousa (ainda que por empréstimo), só para referir os casos mais recentes, porque o rol de asneiras é muito mais extenso, chega-se à conclusão que isto já não é uma mera questão de defeito, é uma pura apetência de inépcia e feitio, o que só prova que se o Benfica fosse mais competente na detecção de bons jogadores, talvez não se esbanjasse tanto dinheiro a adquirir cepos que andam por aí espalhados e perdidos e sobrassem ainda alguns euros para apetrechar com qualidade equipas mais fortes e competitivas do que aquelas que temos visto ultimamente a arrastarem-se no relvado do Estádio da Luz.
Depois outro factor, não menos importante e a ter em conta, é que com Jorge Jesus a mandar no futebol do Benfica, a perda de influência de Jorge Mendes nas decisões do clube vai ser notória, daí já se ter verificado, e não acontece por acaso, que o empresário 10 por cento já virou as baterias para norte, e bom proveito lhe faça, porque no Benfica, até hoje, só tem extorquido dinheiro e espalhado desgraça.
E se Jorge Jesus já teve o discernimento necessário para dizer que não se quer reformar no Benfica, é uma óptima deixa que LFV deve aproveitar para também com alguma hombridade da sua parte, não pretender perpetuar-se “ad eternum” no poder e na liderança do clube, a não ser pela força do voto, mas pelo reconhecimento prático e confessado dos seus erros e incompetências que já o não credibilizam para estar ao leme dos destinos desta grande nau.
Não permitiremos que o Benfica se transforme num part-time de interesses ou numa startup de vaidades.
O Benfica para nós, é um pacto de paixão geracional, transmitida e sentida no orgulho dos nossos pais e na memória dos nossos avós, ininterruptamente, 365 ou 366 dias por ano, de todos os anos que a vivenciarmos. Sem folgas nem feriados, mas sempre por imperativos do coração!
Amo-te, Benfica!
José Reis