Esta miserável e inenarrável época que o Benfica está a fazer é a consequência lógica de outras mal planeadas que a antecederam, espelhada nesta série negra e histórica de resultados negativos, nunca antes vista no clube, e culminada por um atabalhoado desenlace com o treinador Bruno Lage, também ele levado pela enxurrada do desatino e amadorismo de LFV e de toda uma estrutura, tantas vezes pintada de competente e muito à frente no tempo, mas que rapidamente se perdeu e desorientou aos sucessivos solavancos da crise, onde é já visível um certo atrito e mal-estar interno de dissidências que começam surgir e a fissurar a estabilidade do clube.
LFV nunca esteve tão pressionado e desprotegido como agora e sabe que tem de se esgadanhar todo na procura de um nome forte e inquestionável que queira assumir o comando técnico do Benfica, não para já, pois uma precipitação na escolha poderia deitar tudo a perder, mas na vinda de alguém que consiga estancar e abafar esta crescente contestação de que é alvo, e que a continuar nestes decibéis pode vir a beliscar, ou até mesmo inviabilizar, a sua reeleição, que é no fundo, a única coisa que realmente o preocupa e faz correr para junto da família na trivial chantagem emocional.
O desespero com quer ressuscitar o fantasma Jorge Jesus, que na verdade nunca deixou de pairar no ar como uma ideia e uma intenção deixada em reserva a um regresso desejado, LFV mostra que é incapaz de exorcizar os seus medos e dependências, que reflexamente se traduzem num amontoado de incoerências e recuos, caindo facilmente na esparrela de achar como imprescindível para a prossecução do seu projecto (qual projecto?), precisamente o mesmo treinador-fetiche que um dia pôs à porta de malas aviadas, com a argumentação de um fim de ciclo e de uma mudança de paradigma, esgrimida pela aposta na formação, em crescimento no Seixal, mas que as contingências e as circunstâncias do apego ao poder, que não quer largar por nada deste mundo, o obrigam agora a desdizer-se e a retratar-se por estar refém das suas próprias incongruências e a voltar a trilhar caminhos que já tinha abandonado.
No entanto, o que separa Jorge Jesus de LFV é, porventura, mais que um simples acordo selado, é todo um imenso oceano Atlântico de dúvidas e incertezas.
Ainda que o flamenguista não se importe de ser usado como trunfo eleitoral de campanha, também é suficientemente inteligente para saber que regressar ao Benfica mantendo-se LFV como presidente, e isso não está garantido, é uma coisa, vir para o Benfica na eventualidade de a partir de Outubro ter que lidar com outra pessoa a no comando, é outra bem diferente, e nesse cenário, não se imagina que vá ter vida fácil na Luz, pelos muitas antipatias e animosidades que deixou por cá e dificilmente se esquecem e apagam.
Não basta pegar no telemóvel e dizer: “Anda-te embora, depois falamos…”
E do lado de lá responder: “Ó pá, eu até já me ia, mas tenho aqui os jogadores do “Falamengo” a chorarem-se todos à minha volta…”
Esta poderá ser uma amostra ficcional por excesso de caricatura, mas não andará muito longe da realidade de como hoje se definem e planeiam as épocas no Benfica.
Simplesmente ridículo e patético!
Quando LFV está à rasca, literalmente entre a espada e a parede, recorre sempre a duas cartas que tem na manga: a diabolização de Vale e Azevedo, a referência do apocalipse que desgraçou o Benfica, e que ele um dia, montado num cavalo branco à frente de um exército de séquitos, veio salvar; e a exaltação da obra feita, que permitiu criar as infraestruturas tão necessárias ao desenvolvimento do clube e que sem a sua participação para as projectar e concretizar, se abaterá sobre nós uma espécie de dilúvio bíblico, enviado como castigo para esconjurar todos aqueles que o ousem afrontar.
Amo-te, Benfica!
José Reis
LFV nunca esteve tão pressionado e desprotegido como agora e sabe que tem de se esgadanhar todo na procura de um nome forte e inquestionável que queira assumir o comando técnico do Benfica, não para já, pois uma precipitação na escolha poderia deitar tudo a perder, mas na vinda de alguém que consiga estancar e abafar esta crescente contestação de que é alvo, e que a continuar nestes decibéis pode vir a beliscar, ou até mesmo inviabilizar, a sua reeleição, que é no fundo, a única coisa que realmente o preocupa e faz correr para junto da família na trivial chantagem emocional.
O desespero com quer ressuscitar o fantasma Jorge Jesus, que na verdade nunca deixou de pairar no ar como uma ideia e uma intenção deixada em reserva a um regresso desejado, LFV mostra que é incapaz de exorcizar os seus medos e dependências, que reflexamente se traduzem num amontoado de incoerências e recuos, caindo facilmente na esparrela de achar como imprescindível para a prossecução do seu projecto (qual projecto?), precisamente o mesmo treinador-fetiche que um dia pôs à porta de malas aviadas, com a argumentação de um fim de ciclo e de uma mudança de paradigma, esgrimida pela aposta na formação, em crescimento no Seixal, mas que as contingências e as circunstâncias do apego ao poder, que não quer largar por nada deste mundo, o obrigam agora a desdizer-se e a retratar-se por estar refém das suas próprias incongruências e a voltar a trilhar caminhos que já tinha abandonado.
No entanto, o que separa Jorge Jesus de LFV é, porventura, mais que um simples acordo selado, é todo um imenso oceano Atlântico de dúvidas e incertezas.
Ainda que o flamenguista não se importe de ser usado como trunfo eleitoral de campanha, também é suficientemente inteligente para saber que regressar ao Benfica mantendo-se LFV como presidente, e isso não está garantido, é uma coisa, vir para o Benfica na eventualidade de a partir de Outubro ter que lidar com outra pessoa a no comando, é outra bem diferente, e nesse cenário, não se imagina que vá ter vida fácil na Luz, pelos muitas antipatias e animosidades que deixou por cá e dificilmente se esquecem e apagam.
Não basta pegar no telemóvel e dizer: “Anda-te embora, depois falamos…”
E do lado de lá responder: “Ó pá, eu até já me ia, mas tenho aqui os jogadores do “Falamengo” a chorarem-se todos à minha volta…”
Esta poderá ser uma amostra ficcional por excesso de caricatura, mas não andará muito longe da realidade de como hoje se definem e planeiam as épocas no Benfica.
Simplesmente ridículo e patético!
Quando LFV está à rasca, literalmente entre a espada e a parede, recorre sempre a duas cartas que tem na manga: a diabolização de Vale e Azevedo, a referência do apocalipse que desgraçou o Benfica, e que ele um dia, montado num cavalo branco à frente de um exército de séquitos, veio salvar; e a exaltação da obra feita, que permitiu criar as infraestruturas tão necessárias ao desenvolvimento do clube e que sem a sua participação para as projectar e concretizar, se abaterá sobre nós uma espécie de dilúvio bíblico, enviado como castigo para esconjurar todos aqueles que o ousem afrontar.
Amo-te, Benfica!
José Reis