Que tenhamos um poder político que recorrentemente ceda à política dos “lobbies”, para mais tarde beneficiar do retorno influenciador que esse gesto possa suscitar, já não é novidade nenhuma para ninguém, o que já me parece mais estranho, ou talvez não, é que aquilo que se decida no Terreiro do Paço tenha que ter a aprovação “urbi et orbi” obrigatória dos autarcas e forças vivas da Área “Napolitana” do Porto, que por históricos preconceitos provincianos de inveja em relação a Lisboa, não aceitem, ainda hoje, a sua irrelevância geográfica, quiçá, por culpa de Napoleão que não lhes deu cabo da arrogância e não os soube meter na ordem, ou então, por convicção e excesso de um liberalismo mal enxertado, com pontas de tiques regionalistas a precisarem urgentemente de serem desbastadas.
A intenção descarada com que o primeiro-ministro de Portugal se predispôs transferir o Infarmed, de Lisboa para o Porto, à revelia dos seus funcionários, que não seriam tidos nem achados nesta persecutória e tresloucada decisão, já não é novidade nenhuma para ninguém, mas diz-nos bem até onde pode ir a insensatez política do favor e a traficância promíscua do arranjo deferido por despacho, que por certo insuflariam a irritação e a indignação, se ainda por cá andasse, de Fernando Pessoa e todos os seus heterónimos, se achasse que ainda valesse a pena passar novamente pelo Martinho da Arcada e convocar as tertúlias de língua afiada, se entretanto a alma não fosse mais pequena que a indecência e a ignomínia que vão grassando pelo país.
Que haja nos confins desta Ibéria, uma nação valente e imortal para com os vigaristas e trapaceiros, que tenha menos sizo que o orçamento disponível para os seus desmandos e ainda se deia ao luxo e ao esbanjo de manter e sustentar um canal de clube endividado, como o Porto Canal, absorvedor de dinheiros públicos, já não é novidade nenhuma para ninguém, o que já não é aceitável e até faria abrir a boca ao Bocage para soltar alguns dos seus mais acintosos e apimentados palavrões, é que duas figurinhas camelas fossem a Belém blaterar por mais ajudas e financiamentos.
Que o centro de treinos e formação do Olival, construído pela vizinha câmara de Gaia e gentilmente cedido ao clube dos símios para usar por um período de 50 anos, ao pagamento de uma renda mensal irrisória e meramente simbólica que levaria 2.666 anos a liquidá-lo, já não é novidade nenhuma para ninguém, o que as narinas já não suportariam é este cheiro nauseabundo que exala das ligações e favorecimentos autárquicos que se medem à distância do despudor.
Que a retoma do campeonato se faça num número restrito de estádios escolhidos “à la carte” com a desculpa de se evitar pôr em pé uma pesada logística, já não é novidade nenhuma para ninguém, o que já não baterá a bolota com a perdigota é que os jogos de cada jornada se estendam por vários dias, o que faz supor que a preocupação da FPF e da Liga não seja propriamente a de consagrar um campeão e de salvaguardar a verdade desportiva, mas tão-só de evitar a falência anunciada da Sport TV, de Joaquim de Oliveira, e dos jornais desportivos, que já não sabem o que hão-de inventar para inverter tão trágico destino, que vão desde as repetições exaustivas de conteúdos enlatados até à oferta pindérica de baralhos de cartas e peças de dominó.
Que haja um clube falido a necessitar dos milhões da champions como do pão para o bandulho, para continuar a estrebuchar, já não é novidade nenhuma para ninguém, mas que não se iludam os prognosticadores de infortúnios e desgraças, que o “clube da vendetta” ainda se vai safar, nem que para isso tenham que pôr à venda a torre dos Clérigos e a ponte de D. Luís, possivelmente até com a intermediação e as boas graças da imobiliária Selminho.
Elementar, meus caros!
O que eles querem é um campeão por despacho e uma final da taça despachada do Jamor!
Amo-te, Benfica!
José Reis
A intenção descarada com que o primeiro-ministro de Portugal se predispôs transferir o Infarmed, de Lisboa para o Porto, à revelia dos seus funcionários, que não seriam tidos nem achados nesta persecutória e tresloucada decisão, já não é novidade nenhuma para ninguém, mas diz-nos bem até onde pode ir a insensatez política do favor e a traficância promíscua do arranjo deferido por despacho, que por certo insuflariam a irritação e a indignação, se ainda por cá andasse, de Fernando Pessoa e todos os seus heterónimos, se achasse que ainda valesse a pena passar novamente pelo Martinho da Arcada e convocar as tertúlias de língua afiada, se entretanto a alma não fosse mais pequena que a indecência e a ignomínia que vão grassando pelo país.
Que haja nos confins desta Ibéria, uma nação valente e imortal para com os vigaristas e trapaceiros, que tenha menos sizo que o orçamento disponível para os seus desmandos e ainda se deia ao luxo e ao esbanjo de manter e sustentar um canal de clube endividado, como o Porto Canal, absorvedor de dinheiros públicos, já não é novidade nenhuma para ninguém, o que já não é aceitável e até faria abrir a boca ao Bocage para soltar alguns dos seus mais acintosos e apimentados palavrões, é que duas figurinhas camelas fossem a Belém blaterar por mais ajudas e financiamentos.
Que o centro de treinos e formação do Olival, construído pela vizinha câmara de Gaia e gentilmente cedido ao clube dos símios para usar por um período de 50 anos, ao pagamento de uma renda mensal irrisória e meramente simbólica que levaria 2.666 anos a liquidá-lo, já não é novidade nenhuma para ninguém, o que as narinas já não suportariam é este cheiro nauseabundo que exala das ligações e favorecimentos autárquicos que se medem à distância do despudor.
Que a retoma do campeonato se faça num número restrito de estádios escolhidos “à la carte” com a desculpa de se evitar pôr em pé uma pesada logística, já não é novidade nenhuma para ninguém, o que já não baterá a bolota com a perdigota é que os jogos de cada jornada se estendam por vários dias, o que faz supor que a preocupação da FPF e da Liga não seja propriamente a de consagrar um campeão e de salvaguardar a verdade desportiva, mas tão-só de evitar a falência anunciada da Sport TV, de Joaquim de Oliveira, e dos jornais desportivos, que já não sabem o que hão-de inventar para inverter tão trágico destino, que vão desde as repetições exaustivas de conteúdos enlatados até à oferta pindérica de baralhos de cartas e peças de dominó.
Que haja um clube falido a necessitar dos milhões da champions como do pão para o bandulho, para continuar a estrebuchar, já não é novidade nenhuma para ninguém, mas que não se iludam os prognosticadores de infortúnios e desgraças, que o “clube da vendetta” ainda se vai safar, nem que para isso tenham que pôr à venda a torre dos Clérigos e a ponte de D. Luís, possivelmente até com a intermediação e as boas graças da imobiliária Selminho.
Elementar, meus caros!
O que eles querem é um campeão por despacho e uma final da taça despachada do Jamor!
Amo-te, Benfica!
José Reis