Já não faltava ter-se de recorrer ao mercado de Inverno para colmatar as falhas e as lacunas de um plantel desequilibrado e mal montado, também agora vamos ter de lá voltar para encontrar um novo relvado, para substituir pela terceira vez o da época passada, que em tantas tardes-noites de glória nos ofereceu, com vitórias e goleadas para todos os gostos, o tão ambicionado 37.º título de campeões nacionais .
E se é certo que perdemos o relvado, não é menos verdade que também perdemos o treinador e a equipa, que a exemplo da gramínea, sofrem todos de um problema brusco de consolidação, e se num caso estamos perante um problema de raiz, no outro ainda não foi detectado nem devidamente explicado a raiz do problema, que tornaram Bruno Lage e todos os jogadores quase irreconhecíveis, já não parecendo os mesmos, e pelo que temos visto desta época, dá a impressão que um desaprendeu de treinar e os outros desaprenderam de jogar.
Quem os viu e quem os vê!
A catrefada de lesionados que todos os anos ocorrem na Luz, sem que nada seja feito para o impedir, pode explicar muita coisa mas certamente que não explicará tudo, e esta recorrente incapacidade e desleixo profissionais insere-se numa deficiência estrutural muito mais vasta e profunda que nunca mereceu o devido reparo e análise por parte de uma direcção que não sabe o que anda a fazer e está mais preocupada para quem está na China a olhar (provavelmente com os olhos em bico…) para o nosso emblema.
Desde logo, convém referir-se, que a saída do director clínico e responsável pelo departamento “Human Performance”, o espanhol Lluis Til Pérez, nunca foi devidamente explicada, quiçá, porque não se revia naquilo que via à sua volta, e a sua ida para o Mónaco (mais uma vez o clube monegasco a meter-se no caminho do Benfica…), são coincidências cada vez mais estranhas e que carecem de ser desmontadas, porque só dessa forma esta direcção, que já conheceu melhores dias, se livrará do libelo da acusação constante e do ónus da suspeita permanente, que cada vez mais recaem sobre si.
Para o adepto comum, que ama e sofre pelo seu Benfica, que nunca falta com o seu apoio, como se viu agora em Tondela, em mais um imenso mar pintado de vermelho nas bancadas, apesar de mais uma exibição deplorável, salva por uma vitória arrancada e marcada a ferro, quer ver os problemas resolvidos e solucionados, e pouco lhe importa saber que as lesões tenham a ver com o estado do relvado, ou que o estado do relvado tenha a ver com o congresso das Testemunhas de Jeová, ou que a RED (Relva para Entorses e Desinserções) em mais uma parceria feita à LFV, com todos os problemas que está a originar, seja mais uma empresa vão de escada a trabalhar com o Benfica, o que adepto quer e exige, e isso é que conta para o prognóstico do totobola, é que a equipa jogue bem, que o treinador seja audaz e competente, e acima de tudo, que a estrutura, a tal que está 10 anos à frente do sol, não ande todos os anos arranjar pretextos ridículos e estapafúrdios (e/ou propositados?) para desestabilizar permanentemente o clube, parecendo agir de forma voluntária e concertada com a intenção declarada de evitar que o Benfica seja campeão, neste prazer autofágico impensável de se destruir a si próprio.
Com uma direcção à altura dos pergaminhos do Benfica, os nossos adversários já há muito tempo que estavam a pão e água, entregues à sua própria insignificância de invejosos inveterados, mas com esta direcção tão complacente quanto incompetente, vão-se safando da agonia, e fez mais mossa e causou mais dano o Krasnodar só num jogo contra os mafiosos corruptos do norte do que LFV em todos os anos que leva de mandatos na presidência do Benfica.
Amo-te, Benfica!
José Reis