LFV abriu as portas do Caixa Futebol Campus para mostrar a todos, com inchado ego e pomposidade, o projecto de expansão da área adjacente ao actual centro de estágio, que vai incluir no início mais 6 campos relvados, um hotel e um colégio internacional para 650 alunos, numa primeira fase, e que deverá aumentar para 1.200 alunos, numa segunda fase, a construir na Quinta do Álamo, com uma área de 14 hectares, se entretanto a diocese de Setúbal, proprietária do terreno, não vetar o projecto.
Precavendo essa situação, avançaria um plano B, num terreno já adquirido na Quinta do Algarve, com uma área de 42 hectares mas um pouco mais afastado.
Com tantos hectares e tantas quintas pelo meio, é caso para dizer que é nisto que LFV se sente nas suas sete quintas, porque efectivamente de futebol não percebe patavina.
E quando afirma que o Benfica vai ser uma enorme fábrica para projectar talentos, não só para o clube como também para a selecção, revela bem que não sabe medir as palavras e que se podem virar contra si num futuro próximo.
Que adianta andar a formar talentos se não os conseguirmos manter entre nós por um período de tempo razoável, com a pressa e a ânsia de logo os querer despachar à primeira oportunidade, com o falacioso argumento de que o Benfica precisa de fazer dinheiro e dá-lo a ganhar a um certo empresário, através de chorudas comissões?
Não foi o Benfica que pagou em 4 anos 80 milhões em comissões, correspondente a 15% do orçamento anual?
Que adianta saber que a selecção é composta à base de jogadores formados no Benfica se entretanto eles já cá não estiverem?
E LFV está a trabalhar a pensar no Benfica ou está a fazê-lo a pensar na Federação Portuguesa de Futebol?
E propagandear e projectar o alargamento do Caixa Futebol Campus com terrenos que ainda não pertencem ao Benfica e não sendo líquido que venham algum dia a ser, ainda que existam alternativas, são procedimentos pouco sérios e inaceitáveis, que só podem ser vistos como batota para uma campanha eleitoralista que já está em marcha.
E já agora, os terrenos para a construção do Centro de Alto Rendimento, em Oeiras, cujo silêncio dá azo a muitas especulações, não estarão na mesma situação por ainda não haver acordo entre o Benfica e a câmara para a sua compra, em mais um chorrilho de mentiras?
O que os Benfiquistas querem é que o Benfica tenha uma equipa de futebol forte e competitiva em todos os sectores, que lute por títulos e troféus cá dentro e lá fora, porque é isso que nos dá nome e prestígio em todo o mundo, e esta aura de glória e mística deu muito trabalho a conquistar e de modo algum vamos permitir que se apague ou extinga.
A um presidente, ainda para mais em representação do Benfica, fica muito mal virar as costas à equipa, e numa altura em que perdia por 1-0, na recente deslocação a Santa Maria da Feira, só porque uns energúmenos ali presentes lhe dirigiram uns insultos e umas ofensas, revelando bem que não tem arcaboiço nem carácter suficientes para encarar e afrontar os inimigos, batendo em retirada, como qualquer cobarde, com o rabinho entre as pernas.
Será que os xingamentos e as injúrias bem graves que lhe dirigiu o seu amigo Catão, numa gravação tornada pública, não o terão perturbado assim tanto, a ponto de até hoje se manter em silêncio profundo, como se nada tivesse acontecido?
Pois é, um dia destes, lá em baixo na relva, os sócios e adeptos ainda vão ver que, no lugar dos onze jogadores, estarão 11 tijolos com argamassa, e no espaço das balizas duas betoneiras a fazer mais cimento.
Entretanto os títulos e os troféus trespassam-se ou são postos à venda em leilão numa qualquer imobiliária que os queira converter em apartamentos com vistas para o rio Tejo, seguramente para ver os navios a passar.
Amo-te, Benfica!
José Reis
(Comentário sacado no NGB)