Não vale a pena, caros Benfiquistas, virmos para aqui hoje a perder tempo a insultarmo-nos uns aos outros, apresentando cada qual o seu ponto de vista de argumentação e explicação para mais uma derrota dorida no palmarés do nosso clube, quando na verdade quem anda há anos a ofender e a gozar com o Benfica, continua por cá, com o apoio e suporte daqueles que sempre quiseram fechar os olhos à evidência da tempestade e optaram sistematicamente por tapar os ouvidos ao troar dos trovões que se aproximavam, desvalorizando todos os avisos à navegação que eram lançados, por se acharem os dignos representantes e proprietários da verdade e da razão, embebedados por um excesso de arrogância e autismo, confundindo, porque lhes convém e estrategicamente lhes dá jeito, a justeza da crítica como perseguição e calúnia e a admoestação do erro como vitimização e injustiça.
Não adianta agora verter lágrimas sobre o leite derramado ou reclamar da má sorte dos búzios lançados e do abandono de todos os santos e orixás, quando na verdade a crença e a fé eram bem menores que a devoção demonstrada, que apenas se baseava em contar com o ovo no cu da galinha, chegando-se mesmo ao ridículo e ao desplante de a máquina da propaganda, anunciar garbosamente de megafone na mão, que as contratações não iriam ficar por aqui, apesar de já se terem esbanjado 80 milhões de euros na construção de um plantel que continua a revelar lacunas e carências por preencher em posições-chave.
Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo, e o que revelou logo à nascença este tão propalado projecto europeu do Benfica, é que não tinha qualquer credibilidade ou consistência, apenas era um chorrilho de promessas vagas, muito mal enjorcadas, construídas à pressa e em cima do joelho, como o provam, aliás, os muitos disparates e desatinos cometidos por esta direcção amadora, completamente atarantada e em desespero, que só o receio muito real e presente de vir a perder o lugar nas próximas eleições, a faz descarrilar desta forma abrupta e incrível.
Na realidade, o projecto europeu preconizado por LFV e Jorge Jesus não passou de uma mentira coxa, ou quiçá, de um balão insuflado de fanfarronice e soberba que rebentou logo ao primeiro confronto disputado mais a sério, frente aos modestos gregos do PAOK, que ainda hoje devem estar a pensar com os seus botões, como foi possível ao David apenas empertigado vencer este Golias adormecido e acomodado, nesta autêntica tragédia grega que veio antecipar, por certo, o frenesim da revolta e da inquietação por que passam, infelizmente, todos os Benfiquistas descontentes com o rumo dos acontecimentos e do próprio clube.
A sorte deste treinador e deste presidente é que ainda não pode haver adeptos nas bancadas, porque aí outro galo cantaria, o protesto seria mais notado e mais estridente, e até os próprios jogadores sentiriam na pele a vociferação crítica da fúria e da raiva daqueles que nunca regateando o apoio ao clube, à camisola e ao símbolo, se sentem hoje desrespeitados e ultrajados por quem se diz que nos representa, mas que só nos indigna e envergonha, porque desconhecem a nossa alma imensa e a nossa inconfundível mística, e nunca permitiremos que primas-donas a arrastarem-se no campo ou mercenários recostados nas poltronas, continuem a comprometer e a postergar o futuro do nosso clube e a desvirtuar e distorcer a nossa rica e virtuosa história do passado.
LFV, se tivesse um pingo de dignidade, devia abdicar de ir a eleições e pedia imediatamente a demissão, mas como a cobardia lhe é proporcional à sua forma de estar na vida, não fará nada disso, continuando a empurrar com a barriga, irresponsavelmente, as tormentas e confusões que vai semeando, acreditando eu, ainda assim, que em Outubro o ditador será derrotado.
A acontecer este desfecho desejável pela maioria dos Benfiquistas, a Jorge Jesus não restará outra solução se não colocar o seu lugar à disposição da futura direcção.
Amo-te, Benfica!
José Reis
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