De cada vez que o Benfica não vence, sobretudo a jogar mal, e mesmo quando vence raramente convence, só apetece questionar Jorge Jesus, em jeito de quase provocação, se foi para isto que o foram resgatar ao Brasil, ao ninho do urubu, e do que temos visto até aqui, se são estas estranhas formas de arrasar que tanto prometeu e vendeu aos Benfiquistas, com tanta requintada prosápia e esfarelada fanfarronice.
Quem guarda ainda na memória aquela pomposa e encenada apresentação no complexo do Benfica Campus, no Seixal, do tal treinador que chegava para arrasar tudo e todos de enfiada, sobrepondo-se ao marasmo dos insucessos e frustrações, bem cedo parece ter perdido a esperança e o entusiasmo iniciais, e de uma forma abrupta terem-se esmorecido e defraudado todas as expectativas depositadas no salvador da pátria vieirista.
A recondução de LFV na presidência do Benfica e o regresso precipitado de Jorge Jesus, fazem parte de uma vontade conjunta assumida de levar por diante um plano maquiavélico para acabar de vez com as referências e matrizes identitárias do Glorioso, sobretudo na vertente desportiva e competitiva, já que, no que concerne ao labiríntico mundo dos negócios e das negociatas, esta direcção não pede meças a ninguém, e por via disso, continua a ser um clube apetecido e assediado ao alcance de impostores e agiotas que apenas se querem servir dele.
Todavia e apesar de tudo, a maioria dos sócios do Benfica, infelizmente, guiados hoje por uma falta de militância activa e por alguma irracionalidade própria dos tempos, ainda não de todo explicáveis, e que nem mesmo a psicanálise de Sigmund Freud saberia entender e dar respostas conclusivas a tão enigmáticos comportamentos de massas domesticadas, fez questão de legitimar, ia jurar, quase contra a sua vontade própria de emancipação, um novo mandato para LFV, quando até à boca das urnas as intenções e propósitos de se encetar uma mudança autêntica e genuína, depressa se esvaneceram, quiçá, por culpa da frieza sentimental do voto electrónico e do distanciamento imposto pela pandemia, que torna mais autómatos os seres mais inseguros, desvirtuando por completo a robustez de convicções que se julgavam sedimentadas e um rol de dúvidas que se imaginavam já dissipadas e, desta forma sibilina, o arrependimento tardio tolhe o desejo de querer mudar e deixa sempre muito a desejar que por uma vez alguma coisa possa mudar.
Protelar constantemente o apelo do futuro, em obediência ao medo e à inquietude que paralisam a vontade de arriscar, conduzem-nos obrigatoriamente ao cenário tenebroso que temos hoje no Benfica, em que um presidente inconstante e desestabilizador, com uma visão de acção apenas mercantilista, totalmente descomprometido com a causa e o desígnio do Benfica, sem qualquer vocação desportiva, a não ser para o negócio, continue ainda a merecer a confiança e o voto de tantos sócios para sucessivos mandatos, usando e abusando sempre da táctica rasteira que em muitos anos de mentiras e promessas aperfeiçoou, de a cada crise ou fracasso, contrapor com o abafo de uma mirabolante venda de um jogador.
E disto não passamos. Pois até já se festejam empates na Luz como se fossem vitórias.
O Benfica de LFV e Jorge Jesus está em crise? Tudo indica que sim. Não era coisa que não se esperasse.
Às más exibições somam-se agora também as derrotas e, por ironia do destino, o treinador bazófias que até fez campanha activa a favor de LFV, desde então para cá ainda não conseguiu oferecer uma vitória ao presidente eleito. Um ingrato, é o que ele é. PAOK, Boavista e Braga já chumbaram claramente este projecto. O Rangers teve dó e absteve-se.
Amo-te, Benfica!
José Reis
«Vamos arrasar!», exclamou o «salvador de LFV».
ResponderEliminarPaok venceu-nos - e lá se foram 40 milhões;
Farense fez-nos a vida cara;
Boavista humilhou-nos;
Rangers quase nos vencia;
Braga venceu-nos.
Equipas de clubes médios/pequenos. Equipas com defesas compactas, pressão sobre a bola, bom contra-ataque. Não sabemos jogar contra equipas que jogam desse modo. Não há treinador que nos defronte que já não tenha percebido isso. E o nosso treinador com os seus «sistemas alternativos», com a sua «mestria», onde é que ele tem estado?
A nossa defesa quando é que estará «afinada»? Quando é que a estrutura deixará de cometer erros crassos como aquele de pagar uma fortuna por um senhor chamado Otamendi? E aqueloutro de não ter alternativas a Grimaldi e a André Almeida há uma data de anos? O Nuno Tavares é defesa para o Benfica? E o Diogo Gonçalves (a pena que dá ver como estão a desperdiçar um grande extremo, arrisco a dizer, como se calhar não temos outro, obrigando-o a jogar atrás)?
E o meio campo? Que miséria franciscana! O Coluna e o Jaime Graça, as voltas que darão na tumba! O Vítor Martins, o João Alves, o Carlos Manuel, O Aimar, o Fejsa, o Matic, o Petit, o Witsel, o Toni, o Ramires, o Shéu, o Valdo, o Enzo Pérez, o Manuel Fernandes, o Javi Garcia, o Renato Sanches, olham para aquela caterva de pinos, de matraquilhos, e devem pensar: «Como é possível estes tipos jogarem no Benfica»? E o Rui Costa, parte integrante da «estrutura» e agora vice-presidente-rei, o que dirá?
Uma equipa desequilibrada, há épocas consecutivas - o adepto comum vê isso e os responsáveis não veem?
Como podem ter a lata de apelar à unidade - que pretendem seja o calar do descontentamento pelas burradas consecutivas na constituição da equipa, e do desgosto de vê-la a fazer as figuras tristes que faz, a esbanjar pontos como equipa de clube pequeno? Não percebem o benfiquismo, é o que é.
Isto é o Sport Lisboa e Benfica?
Caro Nau,
EliminarAté podes não acreditar, mas este soberbo comentário que fizeste no NGB, já está em rascunho há várias horas. Deixa dar mais um pouco de palco ao nosso amigo Reis.
Uma pergunta;
Não queres opinar como escriba aqui? É que estou a ficar farto disto...
Já opino, Viriato, e tenho muito gosto em continuar a fazê-lo. Mas sou apenas um benfiquista treinador de bancada, nada mais.
Eliminar