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Benfica, um caso político.

Capítulo 1

Foi em 1993, com o ataque do Sporting aos melhores jogadores do Benfica - “roubar” jogadores ao Benfica é o ADN daquele clube desde os primórdios -, culminando um longo período de segregação desportiva iniciado com o consulado de João Santos, que o sistema tentou liquidar o clube fundado por Cosme Damião, bicampeão europeu e mais titulado do desporto nacional, o Benfica.

A conquista do tetra-campeonato abalou o sistema que não demorou a reagir.

O Presidente do Porto (Futebol Clube do Porto), transtornado com a possibilidade de o Benfica igualar o seu clube na conquista de cinco campeonatos consecutivos, logo apelidou o campeonato 2016/2017 de Liga Salazar.

Foi o princípio de um novo ciclo de ataques ao Benfica, em moldes surpreendentemente sofisticados, envolvendo múltiplas cumplicidades, quer nos organismos da tutela desportiva, quer nos da administração pública.
Abalar a reputação do clube, provocar-lhe constrangimentos financeiros e suscitar-lhe drásticas sanções disciplinares e judiciais conducentes ao seu afastamento das competições desportivas é o objetivo.

No longo período de recuperação encetado pela atual Direção, com prejuízo da competitividade desportiva em todas as modalidades em especial no futebol, foram criados os alicerces infraestruturais e económicos capazes de catapultar o clube a um novo patamar competitivo.

O quarto título consecutivo no futebol sénior e a pujança do setor da formação no futebol são provas disso mesmo.

Urgia um novo ataque. Que não tardou.
Este novo ciclo hostil, numa primeira fase, tal como em 93, visou a asfixia financeira; exigiu-se a extinção dos fundos de jogadores - almofada financeira que permitia adquirir e manter durante 2 a 3 anos, grandes jogadores -, o que veio a ocorrer por determinação da FIFA e foi reivindicado por Bruno de Carvalho desde o início do seu consulado no Sporting (Sporting Clube de Portugal).

Num ápice, obrigada a resolver o fundo, a Direção do Benfica viu-se confrontada com a necessidade de obter 95 milhões de euros para o efeito.
A formação salvou o Benfica; a geração de Bernardo Silva estava pronta para o mercado e permitiu a realização do capital necessário. A primeira batalha estava ganha.

O segundo embate ocorreu na sequência das crises bancárias; fustigados pelas imparidades e pressionados pelo BCE (Banco Central Europeu) e UE (União Europeia) a banca nacional, restringiu drasticamente o financiamento e a renovação dos créditos aos clubes de futebol.

Não sei exatamente o que aconteceu entre a banca - Novo Banco e BCP - e o Benfica, mas suponho que este deve ter sido pressionado por aqueles para liquidar a dívida bancária - o tema da banca estava, e está, na ordem do dia da luta partidária.

Terá sido esta a razão pela qual a equipa foi amputada na sua competitividade e não competentemente compensada, causa primeira de o tetra ter escapado ao Benfica.

Para a liquidação da dívida montou-se uma operação de engenharia financeira recorrendo ao factoring mediante a qual, a troco de certo encargo - cerca de 16 milhões de euros - se anteciparam as receitas de três anos de direitos desportivos - cerca de 100 milhões de euros -, na sequência do novo contrato celebrado com o novo operador.

Mas a dívida bancária foi paga e a titularidade do estádio regressou ao clube. Com esta vitória, reconfortante para os adeptos, simultaneamente e paradoxalmente, criaram-se as condições de fortalecimento do rival Porto.

O contrato com os acionistas da Sport TV permitiu a reconstituição de um dos principais pilares estratégicos do Porto; a capacidade de controlar, ainda que por interposta entidade, o financiamento de grande parte dos concorrentes.

 A aquisição dos direitos desportivos dos clubes que - conforme propalou a imprensa há semanas - serviu de colateral ao sindicato bancário para a viabilização financeira do grupo Olivedesportos.

Um caso estranho em que os próprios bancos - os mesmos que “terão exigido” a liquidação dos créditos ao Benfica -, desistiram da cobrança dos seus créditos à Controlinveste - empresa com os mesmos proprietários da Olivedesportos com ligações ao Porto -, colaborando na reestruturação do grupo.

Passaram os ativos da Controlinveste para a Olivedesportos e pediram a insolvência daquela.

Assim, os bancos colaboraram na alienação, pelo menos parcial, dos seus créditos sobre a Controlinveste, ficando o grupo livre do avultado passivo bancário, que segundo a imprensa, globalmente, andaria pelos 500 milhões de euros.

Nada disto parece ter incomodado a classe política. Nem Ana Gomes se pronunciou, que saiba.

Tudo mudou a partir daí, de novo capturado pelo sistema, o Benfica tem sido alvo de uma perseguição sem precedentes, mesmo considerando os tempos do Apito Dourado, dentro e fora dos relvados.
Arbitragens absurdamente parciais, comportamentos suspeitos de certos jogadores e de certas equipas nos jogos com o Porto, tolerância zero das instâncias desportivas relativamente ao Benfica - sucessivas multas, absurdamente altas, e castigos a Técnicos e Dirigentes, foi o caso dos voucheres, mastigado e alimentado à exaustão apesar das sucessivas decisões do foro judicial desportivo e foi o caso do correio eletrónico difundido abundantemente na praça pública, apesar de obtido ilicitamente e manipulado por entidades ligadas ao Porto.

O empenho que múltiplas entidades, na comunicação social, na polícia judiciária, no Ministério público, nos Tribunais e até na esfera partidária, têm dedicado a este processo, ignorando os fortíssimos indícios de corrupção no campeonato em curso, suscita a suspeita da conspiração contra o Benfica e tal, quanto a mim, tem raízes de natureza política.

Tal será objeto de análise no capítulo 2.

Peniche, 1 de Maio de 2019
António Barreto
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1 comentários

  1. Viva, grande artigo! É verdade que durante anos a fio o SLB recebia da Olivedesportos metade do que os rivais

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